Os perigos do amor-próprio

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Love to the loveless shown

“Não consigo notar minhas asas, mas dizem que são lindas, isso por si me basta”

Assim começo minha primeira postagem do Blog do Meu Amigo Homem. E não encontrei um tema mais relevante para começar do que escrever sobre o amor-próprio e suas armadilhas.

Em suma, o que seria o amor-próprio? Em um primeiro momento parece ser fácil definir esse termo: é amar e cultivar o amor a si mesmo. Mas, se é tão fácil assim, por quê temos dificuldades em nos amar antes de tudo? Por que, mesmo sabendo que nos fará mal, nos entregamos às pessoas que só nos arrastam para baixo? Qual o motivo de fazermos sacrifícios, deixando partes nossas pelos caminhos, e no final ficarmos com a sensação de que somos trouxas? E mesmo assim, insistimos mais e mais vezes até nos quebrarmos por dentro. É nesse tempo que acabamos desistindo dos outros e de nós mesmos. Carregamos traumas de relações frustradas e nos fechamos pra grandes oportunidades. Criamos muros ao invés de pontes.

Onde está o amor-próprio então? Amar a si mesmo não deveria ser um sentimento egoísta em me colocar sempre em primeiro lugar, quase se igualando ao instinto de sobrevivência?

A frase do início do texto reflete uma das armadilhas do amor-próprio. Por mais que digam que o sentimento de se amar deve partir de dentro de você, a verdade é que para você possuir o amor-próprio, primeiro você deve ser amada por terceiros.

“Não consigo notar minhas asas”, significa que você não consegue apreciar sua própria beleza. E se você é incapaz disso, não vai conseguir se amar. E essa incapacidade se agrava ainda mais quando se está no fim de uma relação malsucedida. É preciso que outros notem isso antes de você e só a partir disto que você terá condições de criar o amor-próprio.

Isso explica porque é tão difícil amar a si mesmo logo após levar um pé na bunda. A sensação que você carrega é de que você não serve para o outro. E se você não serve para os outros, dificilmente servirá para si mesma. Esse tipo de sentimento alimenta a auto aversão e nesse momento deve-se ter muito cuidado para não cair em um ciclo vicioso de auto depreciação.

Para sair dessa encrenca, muitas pessoas tentam substituir um amor por uma paixão rápida e desesperada. Isso nem de longe é a solução, por dois simples motivos: ele não tem base para se sustentar e você está na busca de algo que te aprove, algo externo a você, não um amor fundamentado em sentimentos.

O respeito é a solução. No momento que você é respeitada, que passa a ser ouvida, que passa a ter atenção de terceiros, nesse momento você encontrará seu valor. E ter respeito dos outros é a semente para o amor-próprio. Você terá a certeza que tem serventia, que é útil, e pode ser amada.

No outro extremo do amor-próprio está o medo exacerbado e o orgulho. Após descobrir seu valor e cultivar o amor-próprio, dificilmente você se entregará tão facilmente para o próximo idiota. Você terá receios de perder tudo que construiu em si mesma e será tão auto-valorizada que todo o resto não será bom o suficiente para você. Mais uma vez você irá construir muros e dessa vez estará cega pelo seu próprio brilho. É nesse contexto que entra a humildade e o bom senso. Ser empática com os outros e usar suas experiências fará com que você saiba diferenciar oportunidades de embustes. O equilíbrio é a chave.

Portanto, cultive o respeito, a humildade, floresça o amor-próprio e note você mesma o quão lindas são suas asas.

Escrito por @meninajoguese

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Auditor Fiscal da Receita do Paraná. Criador do Menina, Jogue-se @meninajoguese. O que te faz bem, me faz bem também. Loucuras em versos livres viram poemas. [Textos Autorais]

12 COMENTÁRIOS

  1. Bem no ponto.
    Muitas pessoas confundem amor-próprio com isolar-se das relações afetivas, o que de fato é totalmente o contrário.
    Quem atinge o amor-próprio está sempre aberta pra quem de fato quer agregar. Está aberta a quem não parece atraente aos olhos, mas tem muito a somar.

  2. É que muitas veem de uma grande decepção no relacionamento.. eo embuste anterior acaba estragando para a próxima pessoa que talvez não trará grandes decepções, a vida a dois é como uma roda gigante um dia no alto e no outro la embaixo… Tem que ter maturidade para embarcar em um relacionamento, afinal ate o conto de fadas para se ter o famoso “felizes para sempre” tem que passar por provações (que não seja abusivo).

  3. Muito bom o texto, isso mesmo que quero pra mim, mano é foda não consegui enxergar muitas das vezes algo de bom em nós, mas somos especiais de alguma forma. #Em Busca de paz.

  4. sinceramente, para mim a maioria das mulheres não sabe diferenciar amor próprio de orgulho, e uma parte acaba por ter o ego inflado demais e isso acaba dificultando e muito a relação; Com muita dificuldade admitem os próprios erros ou se desculpam; já em outra parte não tem amor próprio. Problemas a maioria dos casais tem, mas forma como lidam com eles que é o essencial.

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